A LUDICIDADE NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO
Angela Romão Sobrinho Nunes
Antonio Veras Nunes
Cícera Edileusa dos Santos
Maria das Dores Romão Sobrinho dos Santos
RESUMO
Este estudo aborda o uso de diferentes práticas lúdicas aliadas ao processo de ensino nos Anos Iniciais, unindo atividades lúdicas no processo de alfabetização, como jogos e brincadeiras de forma enriquecedora para a aprendizagem e o desenvolvimento do aluno. Pretende-se verificar aqui como a ludicidade contribui na alfabetização dos alunos de primeiro e segundo anos do ensino fundamental, com base em alguns autores da área da educação, tais como Soares (2012, 2014), Kleiman (1995), Val (2006), Moyles (2002), Fortuna (2012), Kishimoto (2000) e Macedo, Petty e Passos (2000). A metodologia, de abordagem qualitativa, tem o objetivo de analisar como o lúdico é trabalhado nessas turmas. Palavras-chaves: Alfabetização. Ludicidade. Anos Iniciais.
REVISÃO TEÓRICA
A estimulação, a diversidade, o interesse, a concentração e a motivação são igualmente proporcionados pela situação lúdica. O brincar pode proporcionar uma fuga, às vezes das pressões da realidade, ocasionalmente para aliviar o aborrecimento, outras vezes simplesmente como relaxamento ou como uma oportunidade de solidão, muitas vezes negada aos adultos e às crianças no ambiente atarefado do cotidiano (MOYLES, 2002). Conforme a autora Magda Soares (2012), alfabetizar é o ato de ensinar o aluno a ler e escrever, tornando-o um indivíduo alfabetizado. Já letrado é o indivíduo que não só sabe ler e escrever, mas que também sabe fazer o uso desse saber nas suas práticas sociais. Segundo a autora, um aluno que aprende a ler e a escrever se torna alfabetizado, mas é no uso frequente e competente das práticas sociais de leitura e de escrita que se torna letrado. Esse indivíduo precisa viver na condição de APRENDIZAGEM E REFLEXÃO DE ALFABETIZAÇÃO COM LUDICIDADE 45 quem sabe ler e escrever e praticar a leitura e a escrita. Percebemos o quanto nossas ações estão intrinsecamente interligadas com o processo de alfabetização, seja por uma forma direta, ou então por esse abundante material como jogos, material alternativo como sucatas, internet, existente em nosso meio social. Entretanto, para compreendermos melhor esse conceito, Soares (2014, p. 15) argumenta: “Toma-se, aqui, alfabetização em seu sentido próprio, específico: processo de aquisição do código escrito, das habilidades de leitura e escrita”. E destaca: “[...] a alfabetização é um processo de representação de fonemas em grafemas, e vice-versa, mas é também um processo de compreensão/expressão de significados por meio do código escrito” (SOARES, 2014, p. 16, grifos da autora). O espaço lúdico permite ao aluno criar e recriar uma relação aberta e positiva com a cultura. Esse espaço permite que o brincar seja visto como um mecanismo psicológico que garante ao aluno manter certa relação com o mundo real, uma forma de desenvolver a criatividade, os conhecimentos através de jogos, música e dança (WINNICOTT, 1975). Nesse sentido, a ideia é educar e ensinar, garantindo a diversão e a interação com outras pessoas, uma vez que as atividades lúdicas proporcionam a diversão e o prazer, potencializando a criatividade e contribuindo para o desenvolvimento intelectual da criança (WINNICOTT, 1975). Segundo Borba (2007), o lúdico amplia o processo de ensino e de aprendizagem, o que contribui para o enriquecimento do vocabulário, da capacidade de ações corporais, da concentração e também do raciocínio lógico.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Acredito que a ludicidade é extremamente necessária para o desenvolvimento da aprendizagem no cotidiano de alunos dos primeiros anos do ensino fundamental. Penso também que a criança deve fazer as atividades com prazer, usando a criatividade, pois suas habilidades e competências vão muito além no momento em que as professoras conseguem unir o brincar com a alfabetização e o letramento. No processo de alfabetização e letramento é possível aliar o lúdico. Mas isso não quer dizer que o brincar seja uma prática padronizada. Foi possível constatar que esses momentos são vivenciados através de brincadeiras, de contato com diversos materiais APRENDIZAGEM E REFLEXÃO DE ALFABETIZAÇÃO COM LUDICIDADE 46 como livros, revistas, jornais, entre outros recursos, o que resulta em um trabalho muito positivo.
REFERÊNCIAS
BORBA, Ângela Meyer; GOULART, Cecília. As diversas expressões e o desenvolvimento da criança na escola. In: BEAUCHAMP, Jeanete; PAGEL, Sandra Denise; NASCIMENTO, Aricélia Ribeiro do (Orgs.). Ensino fundamental de nove anos: orientações para a inclusão da criança de seis anos de idade. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2007.
MOYLES, Janet R. Só brincar? O papel do brincar na educação infantil. Tradução de Maria Adriana Veronese. Porto Alegre: Artmed Editora, 2002.
SOARES, Magda. Alfabetização e letramento. 6. ed. São Paulo: Contexto, 2014.
WINNICOTT, Donald W. A criança e seu mundo. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1975.